A Associação Amigos do Mudi (Amudi) realizou, neste mês, uma viagem ao nordeste. O passeio, denominado de Caminhos do Severino, ocorreu entre os dias 11 a 21 e foi coordenado pelo professor Marcílio Hubner de Miranda Neto. O grupo contou com 50 pessoas vindas de diversas regiões do país.
O itinerário incluiu visitas aos estados de Pernambuco e Paraíba, passando por diversas cidades, tanto as capitais quanto no interior. A primeira parada foi Recife, seguida de outras cidades turísticas, como Olinda, Porto de Galinhas e João Pessoa. Cidades menos populares também não ficaram de fora, é o caso de Cariri, Caruaru, Toritama e Cabaceiras.
Apesar das belas paisagens que compõem todo esse cenário, a viagem não tem como único objetivo somente o lazer. A ideia foi associar a diversão ao conhecimento científico e cultural. O título do roteiro é um dos exemplos que mostram como a reflexão e o ensino estão inseridas dentro do projeto.
O nome da programação foi dado em homenagem ao poema “Morte e Vida Severina”, de João Cabral de Melo Neto. Segundo o professor Marcílio, o texto serve como forma de entender os problemas sociais da região na década de 1950. “A ideia da viagem se baseou em acompanhar o Rio Capibaribe, percorrido pelo personagem principal do poema. No percurso, o objetivo é perceber as transformações do bioma e aspectos sociais ao longo do curso do rio, variando do sertão, até a caatinga e o agreste”, explicou Hubner.
Além de conhecer esse percurso, os participantes tiveram acesso a diversas outras experiências ao longo desses dez dias. Contando com a ajuda de diferentes guias para cada espaço, puderam conhecer uma diversidade de pontos turísticos, visitar museus e participar de palestras ministradas por especialistas em áreas variadas da cultura e ciência.
Associação – Os roteiros das viagens organizadas pela Amudi são pensados do ponto de vista interdisciplinar, da ciência, das artes e da história de maneira geral. Quem participa destaca que essa forma interativa de adquirir conhecimento é um dos principais diferenciais das excursões. Elza, ex-bancária e participante de diversos outros passeios realizados pela Associação, comenta que a experiência é “uma viagem com fundo cultural, a gente sempre agrega turismo com cultura”.
As excursões iniciaram nos anos 90, sendo exclusivas para professores e estudantes que atuavam nos projetos do Centro Interdisciplinar de Ciências, hoje transformado no Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi). Atualmente, as viagens são abertas ao público de qualquer lugar do mundo.
Segundo o professor Marcílio, as viagens propõem não só uma reflexão científica, mas também social. “É uma experiência ajuda a desenvolver nos participantes não só o senso de cidadania, mas o seu sentimento de pertencimento à humanidade e a sensibilidade em relação aos múltiplos problemas sociais que precisam de intervenção e políticas públicas adequadas”.
Por Isadora Monteiro
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