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Mulheres são uma das forças que movem o Mudi da UEM

Quando se fala de cientista, o que você pensa? Em um homem, não é verdade? Por causa da desigualdade de gênero, continuamos tendo a percepção exclusivamente masculina da ciência. No Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi), da Universidade Estadual de Maringá (UEM), no entanto, as mulheres são maioria. Várias cientistas desenvolvem pesquisas, divulgam a ciência e guiam os visitantes pelo acervo científico. Para assegurar que mulheres como elas tenham espaço na ciência, comemora-se o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência.

A data foi aprovada pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, e é celebrada anualmente no dia 11 de fevereiro. A comemoração foi criada visando promover o igual acesso e participação das mulheres na ciência. Ao redor de todo o mundo, a diferença de gênero na atuação profissional e acadêmica persiste em todos os níveis da ciência, tecnologia, engenharia e matemática. Ainda que as mulheres conquistem, diariamente, enormes progressos no campo científico, elas ainda estão sub-representadas nessas áreas, segundo a ONU. 

Lívia Gatti coordena os monitores do Mudi, às tardes. São alunos e alunas dos cursos de graduação da UEM que podem, com propriedade, explicar sobre as exposições científicas do museu aos visitantes. Lívia teve a trajetória na vida acadêmica influenciada por uma professora de ciências na escola. A admiração pela professora a fez cursar física, na UEM. Na primeira graduação, em meio a colegas de turma majoritariamente masculinos, ela percebeu os obstáculos que venceu até chegar naquele ambiente. “Desde a infância, as meninas veem a ciência como algo muito distante a elas. O machismo é a maior barreira a ser vencida por meninas que querem ingressar na ciência’, aponta Lívia. 

Segundo a UNESCO, menos de 30% dos pesquisadores no mundo são mulheres. Estudos apontam que as cientistas publicam menos artigos, não são remuneradas tão bem e não têm a oportunidade de chegar tão longe na carreira científica quanto os homens. 

A maioria das colegas de turma da acadêmica de ciências biológicas Ana Laura Constantino é de mulheres. Mesmo assim, é perceptível que quase todas as descobertas e teorias estudadas em sala de aula são de homens cientistas. No Mudi, Ana Laura teve a oportunidade de unir a afinidade pela área da licenciatura com a paixão pela pesquisa. No museu, que é considerado espaço não formal de educação, a estudante pode exercer a sua paixão: “levar conhecimento para fora da universidade e atingir, consequentemente, meninas que possam se interessar pela ciência”. Como monitora no Mudi, Ana Laura é responsável por explicar o acervo de fauna e flora aos visitantes. A atuação dela no museu abre portas para o desenvolvimento pessoal e profissional dentro da ciência.

Monitoras Ana Laura Constantino e Lívia Gatti, respectivamente, em ambiente de trabalho no Mudi

Profissão – A doutoranda Mariana Sanches e a mestranda Maysa Alvarez também participam da equipe do Mudi, mas em uma área um pouco mais próxima da prática. Ambas participam do projeto Segundo Cérebro, que tem como objetivo conhecer mais a respeito dos neurônios no tubo digestivo. As coincidências na carreira dessas mulheres vão bem além do espaço onde trabalham. 

Suas formações iniciaram na biologia e, hoje, mesmo que em graus acadêmicos diferentes, elas seguem seus estudos nas ciências farmacêuticas. Mariana sempre teve interesse em estar dentro dos laboratórios. Desde que ingressou na universidade, passou por diversos estágios, que a tornaram curiosa e a levaram para as pesquisas que faz atualmente. Já para Maysa, o plano inicial era seguir na licenciatura (atuar em sala de aula), influenciada pelos pais que são professores. Mas, assim que passou a atuar no museu, conheceu a possibilidade de produzir pesquisa científica e ao mesmo tempo estar em contato com as pessoas que visitam o Mudi, combinação perfeita para ela.

Maysa Alavarez e Mariana Sanches, respectivamente, no ambiente de pesquisa do Mudi

Quando perguntadas a respeito do que gostariam de mudar na ciência, as respostas se encontram: fazer as pessoas entenderem que as mulheres são capazes de atuar na área. Exemplos para provar a veracidade desta informação não faltam. As conquistas apresentadas neste texto são apenas uma pequena parcela da quantidade imensa de mulheres que se dedicam todos os dias ao desenvolvimento das ciências. Que os resultados desses esforços venham em forma de reconhecimento e muito sucesso!

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