A Cadeia Pública de Jandaia do Sul é o mais novo espaço de realização do curso de
Meditação Transcendental, promovido pelo Museu Dinâmico Interdisciplinar, da
Universidade Estadual de Maringá (Mudi/UEM). O curso começou segunda-feira (3) e
termina nesta quinta-feira (6), envolvendo uma semana intensiva de formação para 60
detentos.
O projeto tem o objetivo de capacitar pessoas e formar um grupo de meditantes,
além de verificar os benefícios que a prática traz para a vida. Na Cadeia Pública de Jandaia
do Sul, a ideia é oferecer uma oportunidade de aprendizado e bem-estar aos apenados.
O lançamento do projeto contou com o apoio do juiz Fábio Bergamin Capela, da
Vara de Execução Penal de Maringá, e da Promotora de Justiça, Valeria Seyr, que não só
autorizaram a iniciativa, como também a oficializaram por meio da Portaria Conjunta N.
01/2024 “Respirando Liberdade e Remição pela Meditação”.
“Os detentos que participarem do Projeto terão direito à remição do tempo de
reclusão. As 190 horas de prática meditativa vão resultar na redução de 16 dias de suas
penas”, menciona a Portaria.
A Meditação Transcendental (MT) tem sido implementada em várias instituições
penitenciárias ao redor do mundo, e estudos e relatos indicam uma série de benefícios
específicos para pessoas privadas de liberdade. O gestor da Cadeia Pública de Jandaia do
Sul, Laércio Nora Ribeiro Filho, que também é praticante e idealizador do projeto, destaca
diversos benefícios, como redução do estresse e da ansiedade, controle da raiva e da
agressividade, melhoria da saúde mental, aprimoramento do bem-estar geral, reintegração
social e, principalmente, melhoria no comportamento.
“Instituições que implementaram programas de meditação relataram uma diminuição
nos incidentes de comportamento problemático e disciplinar entre os detentos, resultando
em um ambiente mais seguro e tranquilo tanto para os internos quanto para o pessoal da
prisão”, relata o gestor Ribeiro Filho.
Prática – No primeiro dia da ação, estiveram presentes a assistente social da UEM, Helena
Maria Ramos dos Santos; o professor de meditação Nicolas Geraldi, do Rio de Janeiro; o
professor e membro da Associação Internacional de Meditação, Gustavo Cerna Herrera; e o
coordenador do Mudi, Celso Conegero. Os detentos receberam instruções para duas
sessões diárias de meditação, cada uma com duração de 30 minutos.
Após a primeira semana de formação, os novos meditantes vão continuar com a
prática, diariamente, durante seis meses. Todos os dias, pela manhã e à tarde, eles serão
retirados de suas celas pelos policiais penais para meditar no pátio.
O curso de meditação é coordenado por Celso Conegero, e integra o projeto de
extensão “Terapias Alternativas para o Desenvolvimento e Bem Estar Individual e Coletivo”,
do Mudi. “Dentro desse projeto, vamos desenvolver várias ações. Atualmente, nosso carro-
chefe é a meditação, mas, em breve, promoveremos outras iniciativas,” afirma Conegero.
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