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Além de preservar acervos, museus universitários paranaenses produzem ciência

Parte de acervos dos museus de diversas universidades estaduais foi exposta durante a I Mostra de Museus Universitários, durante o Paraná Faz Ciência 2024, que recebeu milhares de visitantes

Não há uma pessoa, criança, jovem ou adulto, que visite um museu de ciências e não fique encantado com a diversidade de temas, o colorido das coleções e as inúmeras novidades sobre a biodiversidade e seus pormenores. E não é para menos. Os museus universitários são espaços criados e mantidos exatamente para atrair a atenção para as ciências da natureza, além de atrair os corações e mentes para o mundo da ciência.

E assim foi durante o Paraná Faz Ciência (PRFC) 2024, realizado no campus da Universidade Estadual de Maringá (UEM), entre 7 e 11 de outubro. Foi uma semana movimentada no Museu Dinâmico Interdisciplinar (Mudi), que, durante meses, preparou uma programação especial para apresentar seu acervo permanente, recepcionar outros museus universitários e, em especial, organizar e coordenar o I Encontro Paranaense Museus Paranaenses e a I Mostra de Museus Universitários.

Visitação ao MUDI

A cada dia, milhares de alunos dos Ensinos Fundamental e Médio, universitários, além de visitantes espontâneos e os próprios participantes do evento, estiveram na sede do MUDI e foram guiados pelos monitores capacitados para atender o público e apresentar os cada detalhe das coleções.

No total, o Paraná Faz Ciência 2024 contou com a presença de 12 museus universitários de todo o Estado e ainda os acervos e coleções da UEM. Entre os expositores, estiveram presentes, juntamente com o Mudi, o Herbário, o Herbário do Nupélia, a Coleção Ictiológica do Nupélia, as Coleções Microbiológicas, o Laboratório de Arqueologia, Etnologia e Etnografia e a Tecidoteca.

Museus externos

Na tenda principal, localizada bem próxima ao Mudi, espaços museais paranaenses marcaram presença como o Museu Histórico da Universidade Estadual de Londrina (UEL); o Museu Paranaense de Ciências Forenses; o Museu Campos Gerais; o Museu de Ciências Naturais da Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG); o Museu de Ciências Naturais da Universidade Federal do Paraná (UFPR); o Museu Regional do Iguaçu; o Museu de Ciências Naturais da Universidade Estadual do Centro Oeste (Unicentro); o Museu Histórico Mário Pereira da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste); e o Museu de Arte e Cultura Popular do Norte do Paraná da Universidade Estadual do Norte do Paraná (UENP).

Com exposições variadas, cheias de elementos e curiosidades, o Museu Dinâmico Interdisciplinar recebeu mais de mil pessoas por dia, segundo estimativa do coordenador da I Mostra de Museus Universitários, Celso Ivam Conegero. 

Celso Conegero e o coordenador da Remup, Renê Wagner Ramos

O professor reforçou a importância do trabalho integrado para o evento: “A mostra ter acontecido junto ao PRFC 2024 fez com que o fluxo de pessoas, principalmente aqui no Mudi, fosse muito grande. Para isso, foi necessária uma mobilização de professores, monitores, colaboradores e comunicadores entre todos os museus participantes”. 

Paralelamente à Mostra, aconteceu o I Encontro Paranaense de Museus Universitários, que reuniu gestores, pesquisadores, profissionais e estudantes da área para troca de experiências, discussão de desafios comuns e identificação de oportunidades de colaboração. 

Lançamento do NAPI Memória e Inovação no Encontro de Museus 

Foram cinco painéis e uma oficina com palestrantes que vivenciam, no dia a dia, os desafios dos museus universitários, como infraestrutura, captação de recursos e ampliação e valorização dos acervos. Houve, ainda, a apresentação de museus universitários que compõem a Rede Estadual de Museus, Centros de Memórias, Documentação e Acervos Universitários das Universidades Estaduais do Paraná (Remup).

Ao final do I Encontro, o grupo decidiu aprovar a elaboração da Carta de Maringá, um documento que será construído coletivamente contemplando as necessidades e propostas para melhorar a inserção dos acervos nas estratégias de popularização da ciência e integração dos espaços para ensino, pesquisa e extensão. Afinal, museus também produzem ciência e podem contribuir para atrair e divulgar a ciência para novos públicos.

“Com a participação de todos, pudemos nos apresentar à sociedade paranaense, uma vez que as discussões estarão disponíveis no canal da Universidade Virtual do Paraná (UVPR), no Youtube. Assim, quando forem viajar nas férias, todas e todos podem programar uma visita aos museus universitários, indicou Conegero. 

O I Encontro Paranaense de Museu Universitários foi uma iniciativa da Rede Estadual de Museus, Centros de Memórias, Documentação e Acervos Universitários das Universidades Estaduais do Paraná (Remup), com apoio da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti), Fundação Araucária e as universidades estaduais do Paraná.

Ainda durante o PRFC, foi formalizado o Novo Arranjo de Pesquisa e Inovação, o NAPI Conectando Memória e Inovação, que irá se valer de Inteligência Artificial para agilizar a digitalização dos acervos dos museus e centros de documentação e memória. Houve ainda o lançamento de duas publicações repletas de ciência: o “Guia de Espaços de Divulgação Científica do Estado do Paraná” e o livro “Patrimônio Têxtil e Vestuário: Um olhar para os acervos de moda nos Museus”. O Guia está disponível no site do PRFC.

Guia de Divulgação científica

As duas atividades contaram com as presenças do secretário da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior do Estado do Paraná, Aldo Nelson Bona; da diretora do Departamento de Popularização da Ciência, Tecnologia e Educação Científica do MCTI, Juana Nunes Pereira; do reitor da Universidade Estadual de Maringá (UEM), Leandro Vanalli; do presidente da Fundação Araucária, Ramiro Wahrhaftig; o diretor da FA de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luiz Márcio Spinosa; e do coordenador da Remup, Renê Wagner Ramos; e demais autoridades e convidados. 

Principal atração , os museus universitários se consolidam como espaço de preservação e produção de ciência no maior evento do gênero no país, que é conectado com a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT) organizada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia (MCTI).

A 4ª Edição do PRFC 2024 recebeu mais de 38 mil visitantes nos 52 estandes com 1.400 expositores e 190 projetos das universidades paranaenses que impactam à sociedade. Segundo os organizadores, a diversidade de atividades e a participação massiva de escolas fizeram a diferença. 

Escolas no Paraná Faz Ciência

Mais de 130 escolas de Maringá e região levaram 13.100 alunos do ensino fundamental e médio para explorar os 52 estandes da mostra interativa de ciência, tecnologia e inovação, formada por 24 instituições parceiras e organismos da UEM. Ao todo, pessoas de 48 municípios prestigiaram o Paraná Faz Ciência, tornando a feira uma verdadeira vitrine do conhecimento. 

A programação foi desenhada para atrair o público, como o ônibus interativo da Expedição do Conhecimento, equipado com uma série de recursos didáticos, como maquetes e paineis interativos, uma iniciativa da Itaipu Parquetec e Itaipu Binacional. Outra atração que encantou as crianças é o ZikaBus, uma exposição itinerante com material interativo sobre o mosquito Aedes aegypti e as doenças por ele transmitidas. O ônibus faz parte do programa de extensão Laboratório Móvel de Educação Científica (LabMóvel) da UFPR, que atua na divulgação e popularização da ciência desde 2008. 

Planetário Professor Carlos Alfredo Argüello

Além disso, 53 ações de cursos de graduação da UEM participaram da Mostra de Profissões, sem contar a inauguração do novo Planetário Digital Professor Carlos Alfredo Argüello. A arte ganhou um espaço inédito e exclusivo. A Tenda Cultural reuniu cerca de 30 apresentações artísticas e culturais trazidas por instituições paranaenses. Foi também o local escolhido para o Show de Encerramento Brazuca Sound, comandado pelo ex-aluno da UEM, Paulinho Schoffen e banda. 

Todas as atividades fazem parte do NAPI Paraná Faz Ciência, que leva o nome do evento criado em 2021, em plena pandemia, e visa divulgar a ciência produzida no estado. A realização do PRFC é responsabilidade da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SETI), da Fundação Araucária (FA) e da Secretaria de Inovação, Modernização e Transformação Digital (SEI), em colaboração com várias Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) do Estado.

Texto: Silvia Calciolari

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