Um grupo com mais de quarenta crianças da Ocupação Dom Hélder Câmara, de Paiçandu, teve a oportunidade de visitar o Museu Dinâmico Interdisciplinar (MUDI) e o Planetário Professor Carlos Alfredo Argüello. A iniciativa buscou proporcionar uma experiência de acesso à ciência para as crianças, reforçando os laços entre a comunidade e a universidade pública.

O coordenador de atividades pedagógicas na ocupação e docente do Departamento de Ciências Sociais da UEM, Pedro Jorge de Freitas, explicou que a visita faz parte de uma ação integrada, na qual a luta por moradia é ampliada para incluir o acesso a uma vida mais completa. “Nossa luta começa pela moradia, mas precisamos também dar a essas crianças uma vida mais completa e plena, por meio da ciência, cultura, reforço escolar, aulas de circo, clube de leitura e atendimento psicológico, desenvolvidos na ocupação com o apoio da UEM”, destaca Pedro Jorge.

O professor relatou que o grupo retornou à ocupação empolgado, compartilhando com entusiasmo as descobertas feitas durante a visita. “A receptividade das crianças foi calorosa desde o início da atividade e, depois da visita, eles chegaram na ocupação num estado de euforia, conversando com os pais e contando a experiência para as crianças que não estavam no passeio”, afirmou.

Além do caráter cultural e educativo da visita, a ação teve como objetivo mostrar para as crianças que a UEM pode ser um espaço para o futuro delas. Segundo ele, os projetos educacionais dentro da ocupação reforçam o desejo de que essas crianças vejam a universidade como um espaço que também lhes pertence, incentivando o interesse em um futuro acadêmico. “Temos dito seguidamente para eles que num futuro muito próximo, a UEM vai ser a segunda casa deles”, ressaltou o professor, completando que as crianças agora têm como objetivo estudar na UEM no futuro.

A Ocupação Dom Hélder Câmara ocupa um conjunto de quatro prédios na Avenida Independência, na cidade de Paiçandu, com 240 apartamentos originalmente financiados pelo programa Minha Casa Minha Vida, mas abandonados pela construtora antes da conclusão. De acordo com Pedro Jorge, além de desenvolver diversos projetos sociais no local, a UEM atua defendendo a regularização do espaço para que esses projetos possam continuar beneficiando a comunidade local.